SEGMENTAÇÃO: DECIFRE SEUS CLIENTES OU PERCA O JOGO NO VAREJO

Inspirado no antigo mito grego da Esfinge, o enigma “Decifra-me ou devoro-te” continua a desafiar, agora não mais os viajantes de Tebas, mas os gestores e líderes do varejo. Em um mundo onde o comportamento do consumidor muda em ritmo acelerado, decifrar as nuances do shopper é mais do que uma necessidade estratégica — é uma questão de sobrevivência competitiva.


O ENIGMA DA SEGMENTAÇÃO NO VAREJO

No coração da competitividade moderna está a segmentação. No entanto, como na história da Esfinge, não basta escolher qualquer caminho. Para tomar decisões certeiras, o varejo precisa de ferramentas que permitam ir além das análises superficiais e desvendar os padrões de comportamento de seus clientes. É aqui que a Matriz RFM (Recência, Frequência, Valor Monetário) entra em cena.

Desenvolvida nas décadas de 1960 e 1970 para o marketing direto, a matriz RFM continua relevante no varejo digital e físico. Ao analisar transações, ela oferece uma visão estruturada sobre os hábitos dos clientes, agrupando-os em arquétipos com base em três critérios:

Os 3 Critérios da Matriz RFM

  • Recência (R): Quando foi a última compra do cliente?
  • Frequência (F): Quantas vezes ele comprou em um período específico?
  • Valor Monetário (M): Quanto o cliente gastou no total?

Com esses dados, varejistas podem mapear até 11 arquétipos distintos de shopper, possibilitando ações de marketing hiperpersonalizadas que maximizam a fidelização e as vendas.


A EVOLUÇÃO DA MATRIZ RFM PARA UM MUNDO MAIS COMPLEXO

Apesar de seu valor inicial, o varejo moderno apresenta complexidades que vão além do que a RFM foi originalmente projetada para resolver. Supermercados e atacarejos, por exemplo, demandam uma abordagem mais sofisticada. É por isso que novas variáveis estão sendo incorporadas à matriz, como:

  • Margem de Contribuição: Qual a lucratividade real de cada shopper?
  • Número de SKUs na Cesta: Quantos itens diferentes o cliente compra?
  • Valor Médio por SKU: Quanto o cliente gasta, em média, por item?

Esses refinamentos ajudam a diferenciar perfis de consumidores que, à primeira vista, parecem semelhantes, mas têm comportamentos muito distintos. Um shopper recorrente, que gasta a maior parte do orçamento de alimentação na sua loja, deve ser tratado de forma diferente de um cliente focado em promoções, que compra grandes volumes mas apresenta um impacto limitado na margem de contribuição.


DECIFRANDO OS ARQUÉTIPOS: UM DESAFIO ESTRATÉGICO

A verdadeira vantagem da segmentação avançada não está apenas na identificação de perfis, mas na capacidade de personalizar a experiência para cada um deles. Isso significa ajustar estratégias de pricing, comunicação e mix de produtos de acordo com os insights gerados.

Por exemplo:

  • Clientes de alta recência, frequência e valor: Recompensá-los com programas de fidelidade exclusivos para aumentar ainda mais o engajamento.
  • Clientes ocasionais com alta margem de contribuição: Criar campanhas personalizadas que os incentivem a aumentar a frequência de compras.
  • Shoppers promocionais: Entender como atraí-los sem comprometer a lucratividade geral.

Ao adotar uma abordagem baseada em dados, o varejista pode criar relações mais profundas e rentáveis com seus clientes, reduzindo churn e aumentando o lifetime value.


A EXPERIÊNCIA É A CHAVE PARA O FUTURO

A evolução tecnológica e as mudanças no comportamento do consumidor deixam claro: o sucesso no varejo depende da experiência do cliente. Cada interação conta, e a última experiência de compra será a principal influência para a escolha do próximo ponto de venda.

Portanto, enquanto a matriz RFM oferece uma base sólida para segmentação, é crucial integrar esse modelo a uma visão mais ampla de inteligência competitiva, que leve em conta fatores como:

  • Contexto socioeconômico da área de influência da loja.
  • Preferências culturais e emocionais dos shoppers.
  • Tendências emergentes que moldam o mercado.

DECIFRE SEUS CLIENTES OU SERÁ DEVORADO

No varejo, o mito da Esfinge se traduz em uma realidade clara: marcas que não decifram o comportamento de seus clientes correm o risco de serem deixadas para trás. A boa notícia? Ferramentas como a matriz RFM, quando adaptadas às novas demandas, podem ser a chave para desvendar esse enigma.

A pergunta final permanece: Você já decifrou o enigma do seu shopper? Porque, no jogo do varejo, não há espaço para incertezas — é decifrar ou ser devorado.

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